terça-feira, 4 de outubro de 2016

#225 - A UMA TRANÇA DE CABELOS NEGROS (Jerónimo Baía)

Diversa em cor, igual em bizarria
Sois, bela trança, ao lustre de Sofala;
Luto por negra, por vistosa gala,
Nas cores, noite, na beleza, dia.

Negra, porém, de amor na monarquia
Reinais, senhora, não sereis vassala;
Sombra, mas toda a luz não vos iguala,
Tristeza, mas venceis toda a alegria.

Tudo sois, mas eu tenho resoluto
Que sois só na aparência enganadora,
Negra noite, tristeza, sombra, luto.

Porém, na essência, ó doce matadora,
Quem não dirá que sois, e não diz muito,
Dia, gala, alegria, luz, senhora?



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